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domingo, 13 de julho de 2014

  *Dedico este poema ao Poeta português Fernando Santos,
     que sabe, como ninguém, tocar com seus versos a alma feminina.*
Adoração

Adoro teus poemas, são carinhos
Relâmpagos que latejam em meu peito
Renascem sentimentos, que desfeitos
Revivem em teus versos, como em ninhos

Desvendas a beleza que no seio,
Palpita em vendavais, fulgores, chama.
Desejos espalhados como em linho,
De versos, nos lençóis da minha cama.

 Se achas que a distância te afasta
Do lume que derramas sobre mim
Engana-te poeta camarada
São estrelas, que cintilam sem ter fim.

Tu fazes do poema mensageiro, 
Do amor que inda insiste verdadeiro,
Transfeito em palavras de carmim. 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

 


Nas asas de um pássaro
 
Passo o tempo esperando,
Que aquele pássaro, em bando,
Volte de novo a cantar.
Na minha janela sombria,
Onde fico noite e dia,
Sonhando o seu regressar.
Oh! pássaro branco e sereno,
Que fica a espreitar pequeno,
Meus delírios ao luar .
Cantas-te a doce trova,
E de mim pediste a prova,
Pra este amor encantar.
Voava em tuas asas,
E em minhas vestes alvas,
Passava a noite a sonhar.
Um dia me levarás,
Como meus sonhos levaram,
Por este céu de luar claro,
Pelo mundo a procurar.
Este amor tão doce e intenso,
Que fez da trova o lamento,
Enquanto vive a esperar.
Tardio 


Espero é que tudo passe
E se espalhe a brisa
Só pela cidade
Desejo que tudo aconteça
E a felicidade cresça e apareça.
Só quero que enquanto é tempo
Se materialize, este pensamento
Sossego não te quero perto
Por mais que esteja descoberto
Prefiro o sol pelo deserto
Queimando o meu peito aberto
Suando e derretendo ao certo
Teimando e em mim gerando um feto
Sagrando e expurgando o nexo
É fácil, mas é tão complexo
Saltar neste abismo incesto
O fardo a carregar não meço
Nem mesmo o despertar te peço
Apenas te esperar serena
A parte que me cabe a pena
A arte que viver condena
Não cabe em mim de tão extrema.

segunda-feira, 2 de junho de 2014


Caminhos

Longos caminhos
Percorres exausto,
Na desventura do viver em haustos,
Corri sombria a esperança em saltos,
Como um jornal a sobrepor de fatos,
Acontecidos sem querer exato.
Longe ternura me atormenta e chama,
E a noite quente,
Ver-me rolar na cama,
Na ânsia louca a me buscar reclamas.
E entre seios, pernas, entre ventre...
A murmurar, num sussurro contente,
Pulsas viril,
Bocejas docemente.
Como num homem a despertar menino,
Na despedida te vejo sorrindo,
Como promessa de um dia lindo.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

  
Esta poesia, dedico a você, que sempre foi o amigo, o amante, o companheiro. Sempre presente, mesmo quando distante, sempre frequente, mesmo quando ausente. Que se mostra sem pudores, e se rasga de amores. É terno, doce, carinhoso, no entanto firme, verdadeiro e forte. Dedico a você, não só esta, mas todas as poesias deste blog. Você que sempre foi o meu fã número um. Meu Sempre e Eterno Amado.
 

Serenamente


 Serena acordo ,
E é o teu rosto
O que primeiro recordo!
Lembro tua face ingênua, faceira
Olhando-me,
Como se eu fosse
A única ,
A primeira!
Dizes-me linda!
Sinto-me bela!
Como a mais pura
E tímida donzela.
Não me envergonho
E a ti proponho,
Sermos no sonho
O encontro e o encanto.
A felicidade
A se perder de tanto.
Recomeçar,
Nunca perder, no entanto
Frágil beleza
Deste amor que é canto.

sábado, 24 de maio de 2014

 


Inspiração

   

Na inspiração do momento vivido
Ouço tua voz, escuto teu gemido
Quantas lembranças tenho guardado e findo...
Busco a esperança, despedaçando e rindo.
E como a flor que ao murchar espalha,
O último perfume que a beleza exala,
Tão doce fruto que em seu ventre cala.
Toda ternura a reparar teu rosto,
Quanto frescor a despertar teu gosto.
Cedo, bem cedo livres partiremos,
Como o sol que no poente vemos,
Nos misturamos e no sofrer queremos,
Ser da ternura e do amor vencidos.
Tenho a promessa a repartir contigo.
Quero cuidar-te, cuida-me também amigo.

O que ficou



 O que ficou de te bem sei...

Tua palavra, teu gesto, teu encanto.

Tua voz ao meu ouvido,

Um doce canto.

Teu olhar a declarar em pranto

Toda ternura do teu ser, no entanto,

És ilusão a sufocar meu peito,

E o coração batendo desse jeito,

Grita teu nome, busca tuas mãos,

És perfeito.

Longe do mundo,

Perto de mim, tua alma,

Toca meu ser,

E me derrama a calma.

Teu corpo neve a exalar prazeres,

Minha alma quente a desejar-te,

Querer-te.

Como sonhar,

Se o sonho é loucura.

Como possuir a tua alma pura,

Se d’outra vida vives a procura.

domingo, 18 de maio de 2014

Tua presença

Em tudo, em mim,
Encontro a ti
O teu querer,
O teu pensar,
O teu pulsar,
O teu sentir.
Estando aqui ou ali,
Como se estivesses no vento
A murmurar-me por dentro
A respirar-me por mim.
Como se a  face dourada
De um Deus que feito do nada
Teimasse em sorrir para mim.
Quero tua voz e teu tempo
Quero sem nenhum contratempo
Buscar-te e de novo sentir
Como alguém que não visse
Desejar-te, querer-te, sentir-te
E do afago nunca mais fugir.
Languida, leve, risonha,
Com uma doçura tamanha
Da boca de um colibri.
Loucos corremos sem tempo
E mesmo por vezes sedentos,
Saciados estaremos enfim.

sábado, 17 de maio de 2014

 

Quando meu amor me beijava


 
Quando meu amor me beijava,
O chão tremia,
O céu desabava,
O silêncio se fazia,
O tempo parava,
Quando meu amor me beijava.
Toda dor sumia,
Todo amor ficava,
Quando meu amor me beijava.
A sombra fazia luz,
Meu cálice transbordava,
Quando meu amor me beijava.
O sol brilhava mais forte,
A lua surgia mais alva,
Quando meu amor me beijava.
O sentido deixava de ser,
Pra existir só eu e você,
E nesse louco querer,
Perdida em seus braços, eu ficava,
Ah! Quando meu amor me beijava.


quinta-feira, 15 de maio de 2014



Tua ausência


 

Estavas distante, eu sei.

E nos afazeres do lar

Eu aqui bebendo poesia

Ensimesmada de amar

Lembrando teu rosto sereno

Teus olhos ébrios de amor

No rosto ainda o frêmito

Nos lábios ainda o torpor

Das horas que inda passamos

Eternos carentes de afetos

Da vida tal qual dois incestos

Eternos carentes de amar...

quarta-feira, 14 de maio de 2014

  Ah se dá!



É como se o coração pedisse arrego,

Dá angústia, dá tristeza, dá medo

Mas ao mesmo tempo

Uma doce vontade de amar!

Ah se dá!!!

De te querer perto de mim

Todo sempre

De fitar teu olhar docemente,

E com teu sorriso me encantar.

Ah se dá!!!

Da vontade de correr para a lua,

E dizer ao teu ouvido sou tua

E um desejo de a ti me entregar...

Ah se dá!!!

Dá toda espécie de fome,

Toda espécie de cede, de frio

Da arrepio, da um calor, calafrio...

Da uma vontade de o tempo todo te amar!!

Ah se dá!!!


segunda-feira, 12 de maio de 2014


Aceitação




Diante de mim se revela

A tua face mais linda

Mais bela,

Como pintada em aquarela

Em cores que o artista pincela

Em tons que nunca vi.

Ah! Quisera.

Perder de todo o senso, a medida

Ficar destrambelhada da vida

Cravar com um punhal a ferida

Buscar de toda a sorte a saída

Desamarrar minhas amarras partidas

Forjar toda a certeza sentida

Ah! Quisera.

Tirar de toda pedra o leite

Gozar de todo amor o deleite

Sangrar do solo fértil a semente

Aceitar tua verdade indolente

Ah! Quisera.

Perder as estribeiras, o rumo

Ficar de pés no chão, mas sem prumo

Soltar minha risada sincera

Cair e levantar por tabela

Chamar de estúpida toda quimera

E assim mesmo acreditar nela

Ah! Quisera.

Tocar este teu peito forjado

De aço, de ferro e fogo estampado

Seguir a longa estrada sombria

Descobrir, na vida sempre há duas vias

Correr, batendo o vento no rosto,

Provar de toda fruta o gosto

Ficar calada em noite de frio

Aceitar o teu querer mais tardio

Ah! Quisera.

Pedir, mais não por contas do avesso

Escrever mesmo esquecendo endereço

Amar, a todo e a qualquer preço

Lembrar de tudo o que nunca esqueço

Fazer confidencias a quem não conheço

Ah! Quisera.

Toda vez que ouvir teu nome

Sentir tremenda e tamanha fome

Que nada de tudo o que já se come

Saciara em mim essa vontade enorme

Ah! Quisera.

Ouvir a música de Deus e a profana

Tomar o suco da doce cana

Correr no mato feito cigana

Trocar meu nome, chamar-me Ana.

Ah! Quisera.