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segunda-feira, 9 de junho de 2014

 


Nas asas de um pássaro
 
Passo o tempo esperando,
Que aquele pássaro, em bando,
Volte de novo a cantar.
Na minha janela sombria,
Onde fico noite e dia,
Sonhando o seu regressar.
Oh! pássaro branco e sereno,
Que fica a espreitar pequeno,
Meus delírios ao luar .
Cantas-te a doce trova,
E de mim pediste a prova,
Pra este amor encantar.
Voava em tuas asas,
E em minhas vestes alvas,
Passava a noite a sonhar.
Um dia me levarás,
Como meus sonhos levaram,
Por este céu de luar claro,
Pelo mundo a procurar.
Este amor tão doce e intenso,
Que fez da trova o lamento,
Enquanto vive a esperar.
Tardio 


Espero é que tudo passe
E se espalhe a brisa
Só pela cidade
Desejo que tudo aconteça
E a felicidade cresça e apareça.
Só quero que enquanto é tempo
Se materialize, este pensamento
Sossego não te quero perto
Por mais que esteja descoberto
Prefiro o sol pelo deserto
Queimando o meu peito aberto
Suando e derretendo ao certo
Teimando e em mim gerando um feto
Sagrando e expurgando o nexo
É fácil, mas é tão complexo
Saltar neste abismo incesto
O fardo a carregar não meço
Nem mesmo o despertar te peço
Apenas te esperar serena
A parte que me cabe a pena
A arte que viver condena
Não cabe em mim de tão extrema.